É engraçado como não sabemos o que dizer quanto não temos muito o que dizer, e quando também temos muito o dizer, e no caso, eu estou na segunda opção. Então tentarei ser breve, pois ultimamente há tantas coisas ocorrendo dentro de mim, que não consigo colocar em palavras.
Em 2015 compartilhei aqui no blog, algumas poucas fotos da viagem que fiz, e foram somente da praia mesmo, em 2019 se não me engano a mesma praia apareceu novamente em outra postagem, essa praia fica localizada na cidade onde minha família tem uma casa de praia e para onde costumamos ir no carnaval todo ano, até a pandemia chegar e então não voltávamos lá desde 2019 mesmo.
Esse ano, resolvemos ir novamente com os devido cuidados, estava animada no começo, depois desanimei totalmente rs, a viagem de carro até lá foi de quase quatro horas com engarrafamento, cheguei estressada, e a casa lá estava como o castelo do Howl antes da Sophie aparecer para limpar tudo por lá. Como estávamos com fome e estava tarde, pedimos quentinha, sentamos onde estava menos empoeirado, após isso, meus pais começaram a limpar tudo, e eu... bem, eu peguei a bicicleta, e fui tomar um sorvete, entendam que eu viro uma formiga após o almoço e precisava de uma sobremesa, hahah.
No primeiro dia da viagem pensei que as coisas como começaram dando errado, nada de bom poderia dar certo, a viagem que tanto ansiei fazer para um lugar que tanto amava, estava fadada ao fracasso já, ou quase isso, tentando ser otimista.
Estas imagens da praia foram feitas no meu último dia por lá, e essa pipa rosa foi comprada pelos meus pais para eu soltar na praia, ao soltar ela no céu me dei conta de como não queria ir embora, queria realmente morar ali, poderia ser uma garota praiana, moro aqui no RJ onde já há tantas praias lindas, e nos últimos anos, tenho valorizado cada vez mais o lugar pacífico que é a praia, e o barulho do mar.
O engraçado é que na postagem de 2015, a Bia de dezessete anos começou a postagem dizendo que não gostava de praia, e se querem saber a verdade, essa Bia do passado era insegura com o próprio corpo, e a praia era o lugar onde corpos ficavam expostos, corpos podiam ser vistos, e eu não queria que ninguém me visse.
Eu comprei algumas roupas de praia novas justamente para a viagem pois hoje em dia tenho mais confiança com meu corpo, com minha imagem, e diria que as vezes até demais dependendo do meu humor. E algo que observei na cidade este ano foi que como lá tem praias e lagoas em quase todos os arredores, as pessoas andam com roupas de banho como se fossem roupas do dia-a-dia, e para tudo que é lugar.
E meus pais estavam inspirados esse ano, e toda noite queriam ir aos restaurantes mais chiques sabe-se lá porque... eles normalmente comem em lugares mais econômicos digamos assim, nós tendemos a ser econômicos na minha família, exceto pelo meu irmão que é uma versão masculina da Becky Bloom, - a protagonista shopaholic da série de livros da Sophie Kinsella.
Voltando ao que estava dizendo, rapidamente aderi à moda praiana da cidade, e todas as roupas que levei para a viagem mal foram retiradas da minha mala, cada dia usava um conjunto de biquíni diferente, com um short e chinelos, e devo dizer que poderia facilmente andar assim todos os dias, a liberdade, e o fato de que eu basicamente estava andando sem uma blusa no calor de quarenta graus foi revigorante. Estava me sentindo uma personagem de "H2O: Meninas Sereias".
Foi a primeira vez na vida que senti o gostinho da liberdade. A liberdade que todos esse anos desejei ter, e pensei que só poderia alcançá-la se tivesse minha própria casa, me mudasse de estado para um lugar novo ou algo parecido. Claro que uma liberdade maior poder vir dessas coisas, mas por agora, sinto que esse tipo de liberdade nova que descobri me basta no momento, até eu ter um lugar só meu, tentarei fazer desse que já tenho melhor, e desde que voltei, tenho conseguido, e tem sido... fácil.
Sinto falta do nosso café-da-manhã e almoço à mesa, onde eu adorei arrumar os pratos e talhares, e as travessas com as comidas...
Além de todas as coisas que contei, também pude visitar dois parques de diversões diferentes dois dias seguidos, quase fui levada pela forte correnteza, quando minha mãe me puxou de volta e caímos na areia rindo em desespero.
Eu estava exposta de um jeito que por muitos anos temi, mas olhando meu reflexo no espelho, eu pensei diversas vezes: "eu mereço essa liberdade, por tudo que fiz até aqui por mim mesma", pensar que eu merecia me dar uma chance de experimentar algo novo que poderia me trazer felicidade foi o empurrãozinho que me fez ter coragem, "eu mereço" é a palavrinha mágica, e você também merece, não fizemos nada de errado para desmerecer não comer tão bem sempre, ou usar aquela peça de roupa que temos insegurança.
Fiz mais coisas diferentes e incríveis nessa viagem que podem ter feito dela a melhor viagem sim, mas a melhor de todas pra mim foi finalmente poder me dar essa liberdade, era dela que eu necessitava o tempo todo.
⚘ Postagens comentadas:
- Praiando (ignorem minha escrita precária, por favor :v)
- Back to the Forest
Nos vemos em breve!
Abraços,
Bia ♥
Faz tanto tempo que não sei o que é uma praia, nem me lembro quando foi a última vez que fui. Mas na verdade, também prefiro piscina ao invés de praia. Porém, que lugares maravilhosos. Morei em Cabo frio por um bom tempo, e até perto da praia, muito gostoso. Mas quase sempre não ia a praia. Engraçado.
ResponderExcluirDemorei taaanto mas taaanto para ler essa postagem que agora que li fiquei com um quentindo de verão numa noite chuvosa de outono! Ai que delícia de texto Bia, fico muito feliz por você amiga e torço por mais momentos praianos pra você pois eu sempre aproveito os meus - de uma pessoa que também se sentia insegura com roupas de praia para outra ^u^
ResponderExcluirBeijos,
Snow 💕