Refletindo sobre a infância e assando pães

14 de abr. de 2023

Enquanto ando mais doente que nunca sem saber ao certo o que possuo, continuo seguindo com minha pacata vida tentando não deixar a pressão eterna que faço sobre mim me entristecer, como ela já vem feito há anos, e só fui percebendo mesmo agora - ou melhor, aceitando, pois todo mundo que me conhece bem percebe o quanto me pressiono e no final acabo ficando mal -, mas no momento tenho controlado bem isso, seja limpando cada cantinho do banheiro que nem doida, organizando e trocando tudo de lugar, e enchendo o meu carrinho da shopee de presilhas de cabelo... Bem, cada um tem seus caminhos, e uma hora comprarei as presilhas, e terminarei de limpar a parte de cima do meu congelador.

É engraçado como de alguma forma meus desejos de infância me envenenaram em vez de serem nostálgicos e mágicos como devem ser, e eu cresci planejando cada passo que dava, sempre sozinha, pensando estar certa de que era aquilo mesmo. Bem, não era, eu posso ter acertado em crescer querendo ser psicóloga, mas de resto: 🤡.

O que eu quero agora, afinal? Eu quero viajar para alguma lugar primeiramente, quero me mudar para o apartamento dois - é o maior apartamento aqui na vila do chaves (para quem não sabe, o apelido que dei para o mini condomínio onde moro), toda vez que ele é desocupado, é uma competição para ver quem se muda para ele, para vocês terem ideia do porquê da disputa, basicamente, o quarto dele é quase o tamanho do meu apartamento todinho, ele é bem mais privativo, tem closet e tudo mais... 

E para minha alegria (temporária), eu estou na frente (pois como a vizinha mais antiga daqui e eu trocamos fofocas constantemente, fui avisada antes de todo mundo, bem quando a inquilina que irá se mudar avisou a ela, pois elas também trocam fofocas) e tenho a maior chance de ficar com ele, se isso acontecer, meus gatos terão o próprio quarto, e eu terei espaço para colocar uma senhora estante de livros na sala. Enfim, eu não gosto de criar expectativas, nas próximas postagens irei atualizar vocês sobre isso, devo ter alguma resposta concreta na semana que vem.

E mudando de assunto, resolvi fazer hot cross buns, aqueles pãezinhos ingleses tradicionais de páscoa. Não ficaram nada bonitos para minha tristeza, mas ficaram uma delícia, ao menos... Eu fotografei todo o processo da fermentação porque é super satisfatório acompanhar a massa crescendo.


Eu recheei com maçãs, e elas meio que estragaram um pouco tudo porque soltaram líquido demais, contudo, estamos no outono, e eu amo maçã assada, então no final das contas, elas deram um toque especial no resultado final.


Após crescerem pela segunda vez, eles ficaram assim (bem feios), pincelei com manteiga (que fiquei com preguiça de derreter), e tentei fazer as cruzes (que mal apareceram no final...)


Como meu forno é antigo, pois quando me mudei quis comprar tudo vintage, ele demora séculos para assar as coisas, então já era noite praticamente quando os pãezinhos ficaram prontos, eu cortei ao meio e passei manteiga, e bebi dois copos desse de vinho pois já estava cansada de toda essa espera, rs.

Nos vemos em breve, abraços,
Bia

Caí do balanço do jardim secreto da Mary

7 de abr. de 2023

Eu sofri um acidente no final de março, que podia terminar como o epílogo do livro da minha vida. Eu venho observando uma certa tendência para eu ter pressão baixa fazem quase dois anos, porém lá para a metade de março eu comecei a ter desmaios, e tinha lapsos de memória, não lembrava de certas coisas que havia dito ou feito nesse período que comecei a desmaiar, desmaiando ou não.

Até que um desmaio me levou a bater com tudo com a cabeça no chão, eu bati da pior forma possível, quebrei um dente, meu olho direito ficou roxo, minha testa também e toda inchada. Não perdi a consciência por muito tempo, foi tudo muito rápido que mal tenho detalhes para descrever a não ser que eu senti que iria desmaiar na hora, mas a questão é que não pude evitar a forma que cairia e foi basicamente isso.

Como nunca havia sofrido uma acidente assim na vida, e esse foi em casa aliás, eu só descobri o dente quebrado horas depois pensando que havia um alface no meu dente insistente em sair, sendo que era meu dente quebrado. E logo após isso, eu desmaiei no meu quarto de novo, caí sentada, e um pouco mais tarde naquela noite, tive um pequeno desmaio e quebrei minha taça favorita de vinho que estava em minha mão... Então basicamente, eu não estava tendo consciência de que tinha que ir ao hospital, e como vocês sabem pela postagem anterior, não estava com a cabeça no lugar e estava tentando arrumar minha vida, mas minha saúde não colaborou.
Encontramos esse pé de amora quando fui ao dentista tudo na mesma semana consertar meu dente quebrado, rs... mamãe e eu estávamos com muita fome então colhemos as amoras mais maduras e comemos no caminho... um homem de bicicleta viu nossa ação e decidiu fazer o mesmo.

No dia seguinte ao acidente, tive febre o dia inteiro, não aguentava levantar do sofá, meus gatinhos estavam sempre por perto para cuidar de mim ficando do meu lado no sofá, enquanto eu lutava para levantar dele, avisei desde aquele dia que havia me machucado, minha mãe logo veio correndo do Rio para me ajudar super preocupada e também para me dar me um sacode, discutimos feio, e ela ficou do meu lado o tempo todo no hospital (e esse momento foi tão precioso, pois nunca fomos super próximas em dividir preocupações e assuntos pessoais, e agora só me sinto tão grata por tudo que ela fez por mim...), devido ao meu estado, pulei a frente de quase cem pessoas na emergência, fiz os devidos exames, inclusive da cabeça obviamente para ver se não havia tido dano pois eu mal estava aguentando andar e ficar de pé e sofria com muitas dores.
Essa é a minha mãe em nossa cafeteria favorita, e o Devi1's Cake que pedi e esperava bem mais dele, sabe...

Aqui alguns registros de quando voltei ao Rio dia 17 como havia comentando algumas postagens atrás... Foi estranho estar lá de volta, a casa da minha infância sempre tão conservada, havia sido reformada e e estava toda modernizada, porém eu amei, achei lindo o novo moderno daquela casa de memórias não muito boas... e muito acolhedor apesar disso...

Deu tudo certo e estava bem saudável de acordo com os exames - mas devo acrescentar que odiei o quanto meu sódio estava quase no limite -, eu sempre cuidei muito disso, e bem, agora estou cuidando novamente para diminuir isso que me deixou bastante insatisfeita...

Ao longo dessas últimas semanas, e só após sair do hospital, algo ruim começou a me acontecer... Se eu achava que havia caído na real antes - e em parte caí sim -, agora todo o peso do mundo estava sob meus ombros, me dei conta primeiramente que "meu Deus, eu podia ter morrido ou sabe-se lá o que de pior", e depois uma luz que quase me cegou e ao mesmo tempo bruxuleante se acendeu e me acordou do coma em que estava, eu fiquei realmente muito, muito mal para ser sincera. Quando nos damos conta de tanta coisa, lembramos de tudo de nosso passado e o que somos gora, lembramos dos nossos sonhos e desejos de crianças e como estamos agora, foi decepcionante para mim, meus queridos. Eu me senti tão miserável, tão perdida. Eu desejei que algo daquele exame no dia do hospital estivesse dado errado, eu torcia muito por isso, e não deu, deu tudo praticamente perfeito, e eu acredito em sinais.

Escrevo essa postagem em lágrimas, ainda não estou bem completamente mentalmente nem fisicamente, mas ganhei chocolate da minha paciente na terça-feira e aquilo aqueceu tanto meu coração pois não esperava, todos os meus pacientes parecem sempre tão satisfeitos, e eu sei que eles demonstram isso para mim pois me esforço com todo coração para fazer outras pessoas se sentirem bem, eu visto minha capa, que é meu jaleco, e como mágica tento transmitir luz em suas vidas.

Lembrem que eu disse que após o acidente eu comecei a me dar conta de várias coisas, coisas que realmente queria? Eu finalmente, após todos esses anos, - e queria eu poder dar todos os detalhes, mas deixaria essa postagem longa demais -, eu enfim sei o meu coração estima e deseja, mesmo no marasmo que me encontro, eu ainda tenho forças para sair dele, sei disso lá no fundinho. 

Mas eu sei, eu sei o que realmente quero agora... Ainda quero viver pacificamente e com simplicidade, esse ainda é o meu maior desejo, mas para isso terei que me sacrificar um pouco em certas questões (colocando meu nome no Serasa por exemplo, mas quem se importa? Eu não, no caso.) mas darei os detalhes mais para a frente para vocês dos planos que pensei em pôr em prática.
Esse é Branco, ou Chocolate Branco com o costumo chamar. Ele era um dos cinco filhotinhos que minha gata trouxe de brinde na barriguinha dela quando a adotei (e não sabia, como já bem expliquei), todos já foram adotados, exceto Branco, que ficará comigo por ser muito fofo. Espero que tenham gostado de conhecer ele!

Descobri que sonhos e desejos infantis podem se transformar em coisas muito maiores, eles podem mudar porque tomamos rumos diferentes e mudamos também, e tá tudo bem sobre isso. Que façamos uma torta de desejos novos, que aceitemos que talvez o que queríamos lá atrás não nos cabe mais agora, e se forçarmos a caber, não nos fará feliz, são desejos travessos feito crianças. Sonhem, eu nunca me dei essa chance por medo, mas sonhem, não apenas desejem, criem sonhos e desejos novos também, você mudou, e eles mudam junto com você, e então, você os realizará.

Abraços,
Bia

Como aluguei um triplex na minha cabeça, e agora pago dois alúgueis

22 de mar. de 2023

Tudo começou quando fui ao psiquiatra mês passado e ele me passou um remédio novo para minha ansiedade, ele me passou um bem básico, e como sou psicóloga conheço mais ou menos de remédios psicotrópicos e para o que cada um é, e o que fazem. Sabia que aquele diante de tantos outros que já tomi, talvez não fosse lá fazer muita diferença, sejamos sinceros, mas aceitei e comprei a caixa (também achei o remédio caro).

Eis que no primeiro dia fiquei com muito mal estar, provável efeito colateral do tal remédio, e nas semanas seguintes seguir normal, até que comecei a sentir que aos poucos, um triplex era construído na minha cabeça, nele havia um quarto onde eu jogava todas as minhas preocupações - ou para ser mais precisa, ignorava tudo, pois pensar nessas coisas (válidas ou não) faziam eu me sentir mal e ou, um fracasso -, logo na sala de estar, eu duvidava de tudo e de todos (inclusive de mim), duvidava do meu relacionamento e fazia um pequeno problema do cotidiano se tornar uma problema muito maior na minha cabeça, e só pensava em mim, sendo que não sou só eu que passa por problemas no meu dia-a-dia, porque os meus têm que ser maiores? Eu não sou melhor que ninguém, eu era compreensiva sim, mas de que adiantava se estava indo logo para um abismo na minha mente? E logo entrei nesse ciclo vicioso.

Entremos no banheiro desse triplex, era meu tempo de relaxamento e de paz, porém porque passava dez a vinte minutos sentada com o celular na mão procurando algo ali antes de entrar no box para tomar o banho? Eu na verdade estava procurando sentido, significado.

Na cozinha temos basicamente eu fazendo um mistureba de comidas que na maioria das vezes não ficavam boas nem muito apetitosas, porque estava errando tanto no sal direto? Isso me aborrecia demais.

E assim, aluguei esse triplex, o aluguel dele é bem mais caro que o aluguel do meu próprio apartamento literalmente, me dá muita dor de cabeça pagar com estresse, cansaço mental, explosões em cima da minha mãe, de mim, do meu namorado que está passando pelas dificuldades da vida adulta dele também, como qualquer outro jovem na casa dos vinte (eu inclusa).

Eu mereço mais, mas eu tenho que me proporcionar isso, tenho que entender que meus problemas não são mais válidos e maiores que os de ninguém, muito menos da pessoa que amo, e da minha família. Meus problemas são meus, da minha mãe que tem vários também são os dela, do meu namorado também.

Hoje acordei não no meu apartamento real e sim nesse triplex, estou encerrando o contrato com ele, e domingo que vem voltarei ao psiquiatra e pedirei a troca pois não me sinto nem um pouco bem com ele, mas além de tudo, quero me lembrar que a culpa também não é só da medicação em si, mas de mim, por, por vezes culpar quem não merecia porque estava pensando demais, sendo mentalmente ou não.

Por fim, quero deixar um conselho para mim, ou talvez para você que está aqui e se identificou com essa minha saga toda.

Não esqueça de quem você é jamais, e daqueles pequenas coisas que você ama na vida, construa um jardim na sua mente em vez de alugar um triplex, plante sementes que você verá que colherá bons frutos no futuro.

Valorize as pessoas que te dizem que te amam, que se importam com você, que dizem que sente saudades, não se compare a ninguém além do seu eu do passado, e veja o quão longe você já chegou e mudou. A vida aos vinte e poucos é difícil demais, meus querido leitores, agradeço de coração por cada um que vem aqui e deixa comentários que aquecem meu coração toda vez que os leio.

Para encerrar todo esse monólogo, eis uma lista com coisas aleatórias demais, mas que é coisas boas. 

E vejam só, e eu acordei pensando em acabar com tudo, e aqui estou eu agora, consciente de que, quero o caminho mais difícil, mas não por ser difícil que ele é ruim, é um caminho difícil pois nele há um caminho grande com várias flores e plantinhas ao redor que tenho de atravessar, no meio dele me deparo com um labirinto, estarei um pouco perdida pois quem nunca se sentiu assim (e tá tudo bem se sentir perdido! é preciso se perder pra se encontrar), em cada virada no labirinto havia um baú cheio de coisas preciosas, coisas que me fariam se sentir melhor, que trariam coisas novas e boas em minha vida, em meus dias.

Um dia chegarei aos trinta, e deixe-me ser melosa ao dizer que ainda quero estar lá com a pessoa que estou no momento, pois francamente no meu coração tenho a certeza que ele é pra mim, e é sobre, sabe? E eu sempre quis ser sozinha, mas agora, amo ser sozinha, porém junto com ele também ♡.

A lista das coisas muitos aleatórias
  • Hoje tenho uma entrevista para trabalhar em mais uma clínica, que fica para minha alegria mais perto de minha casa, trabalharei dois dias por lá e ganharei um senhor salário, mas estou mais animada para fazer meu trabalho, no final. É mais uma entrevista para me conhecer, e provavelmente perguntar se eu aceitarei pois gostaram do meu currículo.
  • Receberei meu salário na outra clínica em que trabalho na semana que vem, e não sei muito bem o que farei com ele (provavelmente comprarei o ovos de páscoa).
  • Moro na capital de SP e tenho um lindo e fofo gatinho para doação, se alguém quiser adotar, ele já sabe usar a caixinha, sabe dá cambalhotas e come ração como se não houvesse amanhã. E adora beijinhos...
  • Vou começar a comer mais saudável e não fazer a mistureba que estava fazendo quase todo dia, começando por hoje.
  • Tenho que confiar mais nas pessoas que me amam, e no quanto elas dizem isso pra mim, pois as amo muito também.
  • Tenho que ir mais divagar, pois estava acelerada demais no que pensava que queria, sendo que, eu só estava aos poucos me comparando ali e aqui, e no final, eu só quero estar sempre que puder do lado de quem ano, e viajar muito com ele também, quero uma vida simples, quero paz, e digo isso por aqui há quase dez anos, então sim, é o desejo do meu coração.
Eu mereço lembrar que amo, do que sempre desejei lá atrás desde o início, aos poucos, isso está voltando a mim, e após encerrar oficialmente o aluguel do triplex aqui neste post, decidi que tudo que mais desejo, o sonho que sempre tive medo de falar em voz alta, de acreditar que aconteceria é esse. Eu quero ter meu amor ao meu lado, quero viajar com ele, quero ser feliz fazendo o que estudei e amo fazer. Essa é minha vida, esse é o sentido dela para mim no momento. 

Estou em São Paulo! Aqui tudo é tão grande, me sinto tão eu aqui, não quero desperdiçar isso, quero amar cada momento, quero ler muitos livros, assar muitos bolos e escrever nesse blog sobre meus dilemas até eu ficar bem velhinha, ou quase isso, heheh.

Um abraço quentinho e apertado para todos que se sintam perdidos, que vocês se encontrem,
Abraços,
Bia
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