Uma infeliz descoberta, felizmente

15 setembro, 2024

Estou oficialmente com burnout, o que é uma infelicidade feliz, pois é terrível ter mais um transtorno para a minha lista (o outro é TAG), porém feliz pois algo que tem me causado mal foi descoberto, esse pelo menos é mais fácil de tratar, eu acredito, ainda mais quando advém do trabalho, o que é o meu caso. Boa parte do problema se resolveria se me demitisse, o para ser sincera, no momento é um dos meus maiores desejos, porém não posso me dar esse luxo agora, não até o final do ano. 

Resumidamente, meu trabalho virou algo terrível e tóxico, os detalhes são desencantadores demais para serem ditos aqui em meu jardim. Mas o que posso afirmar é o seguinte: se eu não passasse por tudo que passei e venho passando, não descobriria o que quero da vida (finalmente), a resposta era tão óbvia quanto aquilo que sempre prezei, que sempre amei ter em meus dias. E após dois anos e pouquinho de formada, sei agora que não quero seguir carreira nenhuma que tenha a ver com minha formação acadêmica, não posso dizer que não tentei, pois eu tentei, rs. Não me sinto mal nem arrependida, nem envergonhada por admitir isso, eu sinceramente não estou nem um pouco me importando, uma vida que eu consiga alcançar que me traga felicidade é mais importante para mim.

Setembro até agora...
  • Descobri que amo fazer pães, e todo o processo que isso envolve.
  • Descobri que detesto meu trabalho, e todo o processo que lhe envolve.
  • Comecei a ler os livros da Jenny Colgan e estou extremamente encantada com as histórias dela. Recomendo este livro e este outro livro dela.
  • Chocolate Branco (um dos meus gatinhos) virou um eunuco...
  • Fui em uma festinha de criança após muitos anos, e foi a do meu sobrinho que completou um aninho - costumo dizer a ele que sou sua fada madrinha, e torço para que ele me chame assim quando aprender a falar. Eu e o Miguel fizemos a limpa nos brindes, docinhos e salgadinhos da festa, ops.
  • Estou ficando doente frequentemente devido a exaustão mental que diminuiu as defesas do meu sistema imunológico.
  • Tenho escutado The Cardigans absurdamente todos os dias.
  • Cortei meu cabelo curtinho, como de praste.
Parece que esse mês está durando uma eternidade, e está sendo um mês de descobertas, eu diria. Com o calor extremo que está começando a fazer aqui no Rio, começo a ter a nostálgica sensação da vinda do Natal, sendo que estamos em meados de setembro ainda! O quão doido é como eu relaciono o Natal com um dia quente de verão, lembro de férias da escola ou da faculdade, em que eu ficava na cama ou na rede da varanda dos meus pais lendo livros natalinos o dia ou a noite inteirinha, lembro de rabanada com sorvete de baunilha e chá de maçã com canela com biscoitinhos de leite... 

E esse sentimento tem rodeado meus dias com certa frequência, ele me conforta e até mesmo me motiva, estou ansiosa para o Natal, sinto de fato algo mágico chegando por aí, apesar de todas as desventuras, será enfim a hora delas absterem-se por um tempo?

Até breve!
Bia

Things that make me warm

04 agosto, 2024

Após o último registro daqui do jardim, consegui estabelecer uma rotina melhor para mim, tenho tido mais disposição e dias felizes, alguns são cansativos e por vezes medianos, porém tenho mais dias alegres e proveitosos do que antes. Consegui reestabelecer nesta rotina a volta dos exercícios físicos que realizava antes, e não posso expressar o quão grata estou por mim mesma de ter tomado essa decisão, me sinto mais forte novamente, me sinto mais feliz e motivada. Como sempre, escrever me ajudou mais uma vez.

Meu café já está praticamente morno enquanto escrevia o parágrafo acima, lá fora o tempo está ameno e o céu está do azul mais celeste, ontem saí para correr e vi o pôr do sol mais colorido de todos, era tão inebriante olhá-lo que quase tropecei, lembrei-me que no tempo que morei em SP, não conseguia ver muito o céu, muito menos pores do sol, estava quase sempre tudo coberto por prédios ou um céu nublado, vendo o pôr-do-sol de ontem, me lembrei que eles existiam. O que mais existe que ainda não me dei conta?
Coisas que me confortam
  • Estampa xadrez
  • Rendas
  • Tempo ameno com céu levemente ensolarado
  • Café forte e fresco
  • Chocolates
  • Presentes para pessoas que amo
  • Lucky Star (anime)
  • Abraços do Miguel
  • Ballet do Lago dos Cisnes
Até breve!
Abraços,
Bia

Um pequeno conto sobre uma fada com saudades de casa

15 julho, 2024

“Enquanto isso, as árvores estavam tão verdes quanto antes; os pássaros cantavam e o sol brilhava tão claramente agora como sempre. O ambiente familiar não escureceu por causa de sua tristeza, nem adoeceu por causa de sua dor. 
Ela poderia ter visto que o que havia curvado sua cabeça tão profundamente - o pensamento da preocupação do mundo com sua situação - era encontrado em uma ilusão. Ela não era uma existência, uma experiência, uma paixão, uma estrutura de sensações, para ninguém além dela mesma.” ― Thomas Hardy, Tess of the D’Urbervilles

Ultimamente tenho sentido saudades de casa. Mas não da minha casa de agora, a dos meus pais. E eu nunca senti que poderia sentir isso de lá. Eu não cresci em um ambiente lá muito saudável para minha saúde mental, e ao longo dos anos, ainda mais a partir do período em que comecei a faculdade em 2017, as coisas mudaram quase drasticamente, e se acalmaram um pouco também, meu irmão, que era o centro das atenções da casa, por estar quase sempre aprontando algo, se mudou, e meus pais começaram a perceber minha silenciosa presença rondando a casa, eu limpava, cozinhava praticamente todos os dias para mim mesma, e quando eles chegavam no final da tarde, um bolo ou uma fornada de cupcakes estava na geladeira recém comidos.

Na maioria das noites, sentava na sala para assistir um filme selecionado cuidadosamente por mim, enquanto comia pipoca com coca zero, e uma vez ou outra, devorava uma barra de chocolate meio amargo como sobremesa, comia como um boi quase sempre sem culpa, pois com mais tempo livre, me exercitava por diversão e com bastante disciplina, e adorava que me dissessem como estava "maromba", eu adorava ser musculosa (rs), fazia-me sentir forte interiormente, sentia-me tão confiante, amava a pessoa que era, amava as coisas que amava, amava meus dias calmos e solitários.

Após o filme, ia para meu antigo quarto ler, lia até a hora de dormir, era meu momento favorito, aquele pelo qual sabia exatamente o sentido da minha existência, que era nada menos que estar ali presente; calma, serena e feliz. Meu quarto era um refúgio que fazia eu me sentir segura, hoje ele já não é mais o mesmo, alguns móveis me desfiz para a mudança de SP, outros guardei comigo e estão na minha casa atual, onde tento fazer com que seja um refúgio confortável e acolhedor, tal como era meu antigo quarto na casa dos meus pais. Venho chegando a conclusão que posso gostar de lugares menores, por causa de lembranças que me surgem dos mesmos de forma nostálgica, de lugares pequenos e acolheres em que vivi ou passei bastante tempo. 

Péssimo momento para saber disso, pois meu apartamento é maior que a casa dos meus pais que já é enorme com seus três quartos e dois banheiros, e bem, de qualquer forma, eu vou continuar tentando fazer daqui um lugar acolhedor. Adoro aqui. Mas sinto falta de casa como nunca, e falando mais seriamente, sinto falta dos meus músculos...

Abraços,
Bia

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